quarta-feira, 30 de junho de 2010

Gattaca (1997)



Gattaca: A experiência Genética 

Ficha Técnica:
Título Original: Gattaca
Gênero: Ficção Científica
Tempo de Duração: 112 minutos
Ano de Lançamento (EUA): 1997
Site Oficial: www.spe.sony.com/Pictures/SonyMovies/Gattaca
Estúdio: Columbia Pictures Corporation / Jersey Films
Elenco:
Ethan Hawke (Vincent Freeman / Jerome Morrow)
Uma Thurman (Irene Cassini)
Jude Law (Jerome)
Gore Vidal (Diretor Josef)
Xander Berkeley (Lamar)
Jayne Brook (Marie)
Elias Koteas (Antonio)
Maya Rudolph (Enfermeira)
Una Damon (Enfermeira-chefe)
Blair Underwood (Geneticista)
Ernest Borgnine (Caesar)
Alan Arkin (Detetive Hugo)

Sinopse:Num futuro no qual os seres humanos são criados geneticamente em laboratórios, as pessoas concebidas biologicamente são consideradas "inválidas". Vincent Freeman (Ethan Hawke), um "inválido", consegue um lugar de destaque em corporação, escondendo sua verdadeira origem. Mas um misterioso caso de assassinato pode expôr seu passado.

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Gattaca é o nome da base de treinamentos para vôos espaciais. Repare que a palavra é formada pelas letras G, A, T e C que também são as iniciais das bases nitrogenadas que formam o genoma. Há também outras referências como a escada abaixo em forma de DNA.




GATTACA – RESENHA RESUMIDA

A recente divulgação do final dos trabalhos de seqüenciamento do genoma humano trouxe um importante questionamento com relação às consequências deste novo conhecimento. Ao mesmo tempo que gera a esperança de cura de muitas doenças de origem genética, gera também muitas especulações - algumas gratuitas, outras não - sobre a possibilidade de um uso indesejável do conhecimento genético. Dentro desta última perspectiva, o filme Gattaca, de Andrew Niccol é uma interessante reflexão sobre os caminhos a que a engenharia genética pode levar e os impactos que esta tecnologia - e a ciência de um modo geral -- pode ter na sociedade.
Passado em um tempo futuro, Gattaca mostra uma sociedade em que as corporações tornaram-se mais poderosas que o Estado e em que a manipulação genética criou uma nova espécie de preconceito e hierarquia racial, legitimada pela ciência. Aos pais que desejam ter filhos é dada a oportunidade de manipular a interação entre seus DNAs de modo que gerem filhos com a melhor combinação de qualidades genéticas possível. Este procedimento acaba criando duas categorias diferentes de pessoas: os Válidos, frutos desta combinação genética planejada, que são quase super-homens, com raras doenças genéticas; e os Inválidos, frutos de nossa interação sexual usual. Aos Válidos são oferecidos os melhores empregos e as melhores oportunidades enquanto que os Inválidos chegam a ser impedidos de frequentar determinados lugares.
A história do filme é a de dois irmãos, um concebido da maneira natural e o outro manipulado geneticamente. O Inválido, interpretado por Ethan Hawke, tem várias doenças genéticas e, ao ter seu DNA examinado quando nasce, já tem uma data prevista para sua morte. Contudo, o garoto sonha em viajar ao espaço - emprego impensável para alguém com seus problemas - e vai buscar todas as maneiras possíveis para superar suas limitações ao mesmo tempo em que tem que esconder de todos que é um Inválido.
Com roteiro e direção de Andrew Niccol, que também foi roteirista de O Show de Truman, Gattaca é um ensaio sobre o que pode ser uma sociedade em que o destino das pessoas esteja pré-determinado cientificamente, em que não haja o mínimo espaço para a ação do indivíduo na construção de seu próprio futuro. Também é uma reflexão sobre como a ciência pode ser usada para legitimar e, no caso, criar uma hierarquia social, principalmente se feita sem crítica e controle da sociedade.
Gattaca - A Experiência Genética (Gattaca). EUA, 1997. Dir. Andrew Niccol. Com Ethan Hawke, Uma Thurman, Jude Law, Loren Dean, Alan Arkin, Gore Vidal e Ernest Borgnine.


“Gattaca - A Experiência Genética”
(Gattaca),
de Andrew Niccol
(1997)

Eixo Temático
 
O desenvolvimento das técnicas de manipulação genética decorrem do desenvolvimento das forças produtivas do trabalho social e da redução das barreiras naturais. É claro que, nas condições de uma sociedade de classes, onde predomina a divisão hierárquica do trabalho e a propriedade privada, tal avanço da ciência genética se traduz em possibilidades concretas de incremento do controle social estranhado. Neste caso, o capital tende a se apropriar do desenvolvimento das forças produtivas sociais para aprofundar seu controle de classe. Estamos diante de uma visceral contradição entre as imensas potencilaidades de desenvolvimento humano-genérico e da plena socialização da sociedade humana, e a aguda vigência de determinações de controle social estranhado e de exploração de classe. Ao lado do admirável mundo novo, subsiste velhos valores estranhados e sociabilidades corrompidas pela lógica do capital.
Temas-chave: técnica e tecnologia, capital e processo civilizatório, ecossistema social e contradições do capital, identidade e memória social.
Filmes relacionados: “Blade Runner”, de Ridley Scott; “Matrix”, dos Irmãos Wachowski; “Metropólis”, de Fritz Lang; “2001-Uma Odisséia no Espaço”, de Stanley Kubrick; “IA - Inteligência Artificial”, de Steven Spielberg; “Eu, Robô”, de Alex Proyas.

Análise do Filme
Annette Kuhn, em seu livro Alien Zone: Cultural Theory and Contemporary Science Fiction Cinema (Verso, 1990), observa que uma das características do cinema de ficção-científica é a sua intertextualidade. Ou seja, o gênero Science Fiction (SF) tende a se confundir com outros gêneros fílmicos, como, por exemplo, o Policial, a Comédia ou Horror. O que poderia significar essa intertextualidade do gênero Science Fiction? Ela é característica peculiar de um gênero fílmico (o de ficção-científica) que constitui sua trama narrativa a partir de uma determinada racionalidade (a racionalidade tecnológica), que é a própria racionalidade da sociedade moderna. Nesse caso, como a tecnologia perpassa os mais diversos aspectos da vida cotidiana moderna, ela não poderia deixar de estar no centro estruturante da trama filmica, principalmente em se tratando de um filme SF. O que acontece é que, no caso do filme SF, a trama filmica se constitui em função de uma determinada racionalidade tecnológica. Na verdade, a técnica e a tecnologia pulam adiante do argumento dramático, estruturando-o, sem dissolver sua linha argumentativa (que incorpora outras textualidades).

O filme Gattaca – A Experiência Genética, de Andrew Niccol (1997) é um caso exemplar. Apesar de ser um filme de ficção-científica deixa claro sua intertextualidade. A partir de um certo momento, Gattaca parece se tornar um filme policial ou de suspense quando a trama narrativa se desloca para a busca do assassino de um dos diretores da corporação Gattaca. No desenrolar da trama, todo o suspense se concentra no personagem Vincent Freeman, um Inválido condenado pelo seu código genético a tarefas degradantes (Freeman significa, literalmente, “homem livre”).

A sociedade de Gattaca está dividida em duas “classes sociais”, os Válidos, os “filhos da Ciência”, produtos da engenharia genética e da eugenia social, e os Inválidos, os “filhos de Deus”, submetidos ao acaso da Natureza e às impurezas genéticas. Gattaca retrata uma sociedade de classe cuja técnica de manipulação do código genético tornou-se prática cotidiana de controle social. Vincent é um jovem ambicioso, que almeja ir além do seu destino genético e decide assumir a personalidade de Jerome Morrow, um Válido que, em virtude de um acidente, ficou paralítico. Utilizando os serviços clandestinos de um “pirata genético”, Vincent clona os registros genéticos de Jerome. Sua ambição é driblar as restrições de classe e se integrar na elite intelectual e moral de Gattaca e realizar seu maior sonho: ir para o planeta Titã, satélite de Júpiter (seria uma alegoria de fuga do sistema do capital, de agudo cariz regressivo, tal como um "retorno ao útero materno"?).

No final, a trama de Gattaca sugere um drama familiar, no estilo de East of Eden, de Elia Kazan (com James Dean), quando Vincent encontra em Gattaca, seu irmão Anton, que descobre a verdadeira personalidade de Jerome e ameaça denuncia-lo. Torna-se claro, mais uma vez, a rivalidade entre irmãos (que é, no filme, a transfiguração de uma rivalidade de classe, cabe salientar): um, “filho de Deus”, nascido do acaso da Natureza, outro, produto de um planejamento genético quase perfeito.


O que se observa é que o tema da técnica de manipulação genética perpassa todo o drama policial (e familiar) de Gattaca. Apesar do mais alto controle social garantido pelo registro genético, a espécie humana continua a mesma: dividida em classes sociais e se utilizando de subterfúgios escusos e clandestinos para atingir seus interesses egoístas. Ao lado dos mais sofisticados recursos de manipulação genética, que hoje estão se tornando realidade pelos avanços da engenharia genética e da biologia molecular, assistimos a um jogo de ambição e fraude, seja a de Vincent para ter acesso à corporação Gattaca e realizar seu sonho de tornar-se astronauta; ou do diretor Josef, de Gattaca (representado pelo escritor Gore Vidal, num papel especial), que assassina outro diretor num jogo de poder.

Numa sociedade de controle social quase-absoluto, os “de baixo” apelam para fraudes sutis, clandestinas, como forma de resistência individual ao totalitarismo do destino genético. Nesse ambiente de resistência individual, pode-se perceber certa solidariedade entre os “de baixo”, como a atitude condescendente do faxineiro Caesar (representado por Ernest Borgnine) ou pelo médico Lamar, que aparentam certa simpatia pelos ideais transgressores de Vincent/Jerome.

O filme se passa na corporação Gattaca, mas poderia se passar num Campo de Concentração ou numa sociedade totalitária qualquer. E Vincent representa o herói americano – um anti-herói ao estilo de Charles Chaplin? - em sua luta contra o sistema, agora representado pelos imperativos categóricos da eugenia social. A ambição individualista de Vincent é que conduz a trama. A sua luta é contra o destino de classe – ou casta? - agora demarcado, graças ao avanço da técnica, pelo estigma do destino genético. É um destino genético produzido pelo homem, mas que, na medida em que é produto de um afastamento das barreiras naturais – o domínio do código da vida - numa sociedade de classe, tende a tornar-se uma “segunda natureza”. É contra essa “segunda natureza”, produzida pela manipulação técnica, que Vincent se revolta e busca uma saída individual.

Na ótica do Cinema de Hollywood, as saídas são individuais, apesar do drama possuir, antes de tudo, conteúdo de classe. A sociedade do capital, baseada na divisão hierárquica do trabalho, dividida em classe, com o desenvolvimento da técnica, tende a incorporar novas determinações de poder e de controle cada vez mais rígidas e com um lastro natural (pode-se, nesse caso, considerar mesmo uma divisão de classe, no sentido clássico, ou sim, uma divisão em casta ou de acordo com o sangue, bem ao estilo das sociedades tradicionais?).

Em Gattaca, os proletários seriam os Inválidos, os Condenados da Terra. Apesar disso, a atitude arrogante do verdadeiro Jerome diante de um policial que o interroga, numa certa passagem do filme, sugere que, mesmo entre os Válidos existe uma certa hierarquia de classe - a não ser que os policiais, guardiães da Ordem genético-fascista da sociedade de Gattaca, sejam da classe dos Inválidos. Não podemos culpar a técnica em si, mas a forma social que a desenvolve e se apropria dela.

Gattaca sugere o dualismo Acaso (ligado a “primeira natureza”) versus Planejamento (imperativo da “segunda natureza”). Pode-se apreender no filme, certa nostalgia de um passado distante em que um fio de cabelo era apenas um fio de cabelo (ou uma mera lembrança afetiva), e não um registro genético capaz de denunciar a identidade de classe das pessoas, através de exame de DNA. A luta de Vincent não é apenas contra o Sistema de Gattaca, mas contra si mesmo, contra seus fluidos e restos corporais capazes de denúncia-lo como Inválido. É o estranhamento assumindo proporções abismais, atingindo o próprio ser orgânico do homem, objeto de uma rede controlativa, de uma “grade”, talvez uma nova forma de ciberespaço, capaz de aprofundar o controle social do capital.

Mas apesar do clima totalitário, o filme expõe as falhas irremediáveis de Gattaca e do seu sistema de controle. Contra a técnica que supostamente desumaniza o homem, na verdade, já desumanizado pelo capital, o diretor e roteirista Andrew Niccol sugere uma “natureza humana” recalcitrante às imposições sistêmicas.
A perspectiva do filme Gattaca é tipicamente americana, mas o final não é propriamente um final feliz. O destino trágico do verdadeiro Jerome,que comete suicido se incinerando num auto-forno no exato momento em que Vincent parte para Titã, não deixa de ser um protesto contra a sociedade de Gattaca, que exclui como lixo humano todos os Inválidos, agora num sentido amplo, sejam eles de nascimento, sejam eles por incapacidade adquirida. E o sonho de Vincent (ir a lua Titã), não deixa de ser singelo e desesperador. É como se o único herói do filme busca-se lá fora o sentido da vida. Seria a sociedade de Gattaca uma “gaiola de ferro”, no sentido weberiano, ou seja, uma alegoria da sociedade (pós)-moderna, uma sociedade de classe em que só restaria, para as pessoas, adaptar-se, se auto-incinerar ou então viajar para Titã (se conseguir, é claro, apresentar-se como um Válido) ?

Fonte: http://www.telacritica.org/gattaca.htm acesso em 28/11/2007
 

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Fogo


O que é FOGO?

     Desenvolvimento simultâneo de calor e luz, que é produto da combustão de materiais inflamáveis. É a reação química entre o combustível e oxigênio do ar (comburente), face a uma fonte de calor. Para que haja fogo é necessário que existam três elementos essenciais da combustão, que constituem o chamado "Triângulo da Combustão". São eles:
-  Combustível
-  Calor
-  Oxigênio comburente




     A partir disso, podemos definir as 3 formas de eliminar o fogo:
a) Resfriamento: Quando se retira o calor;
b) Abafamento: Quando se retira o comburente;
c) Isolamento: Quando se retira o combustível.







                                                     Condições para a combustão
De 0 a 8% de O2 não ocorre
De 8 a 13% de O2 lenta
De 13 a 21% de O2 viva



 Formas de Combustão
-  Combustão viva: desprende luz e calor. Exemplo: gasolina em chamas
-  Combustão lenta: não desprende lu. Exemplo: oxidação do ferro
Existem vários tipos de materiais combustíveis. Podemos classificá-los em:

1. Combustíveis Sólidos

O que entra em combustão não é o corpo em si, mas os vapores desprendidos.
Fatores que afetam a combustibilidade
-  Composição química: os materiais mais combustíveis encerram os elementos carbono, enxofre e hidrogênio. Exemplos: Borracha, papel, etc. · Dimensões: Os materiais finamente divididos entram em combustão mais rapidamente. Exemplos: madeira, serragem e aço, esponja de aço.

2.Combustíveis Líquidos

Os combustíveis líquidos também não ardem. Os vapores desprendidos da sua superfície é que entram em combustão.
Fatores que afetam a combustibilidade
-  quantidade de vapores
-  superfície exposta
-  volatibilidade
-  temperatura

3.Combustíveis Gasosos

Via de regra os gases são acondicionados nas seguintes formas:
-  liquefeitos
-  comprimidos
-  em tubulações
Existem duas classes de gases:
Comburentes: aqueles que possibilitam a existência da combustão.
Exemplo: oxigênio
Gases Inertes: servem para suprimir a combustão - são os agentes extintores.
Exemplos: gás carbônico, nitrogênio, etc.


Classes de Incêndio


    Classe A
Compreende os incêndios em corpos de fácil combustão, com a propriedade de queimarem em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos, como: tecidos, papel, madeira, fibras, etc. Necessitam para a sua extinção, o efeito de resfriamento: a água ou solução que a contenha em grande porcentagem.

    Classe B
São os incêndios em materiais inflamáveis, ou seja, produtos que queimam somente em sua superfície, não deixando resíduos, como os líquidos petrolíferos e outros líquidos inflamáveis (óleo, graxas, tintas, vernizes, etc.). Para sua extinção, usa-se o sistema de abafamento (extintor de espuma).

    Classe C
Compreende os incêndios em equipamentos elétricos que oferecem riscos ao operador, como motores, transformadores, quadros de distribuição, fios, etc. Exige-se, para a sua extinção, um meio não condutor de energia elétrica (extintor de CO2).

    Classe D
Compreende os incêndios ocasionados por elementos pirofosfóricos, como magnésio, zircônio, titânio, dentre outros.





  • Agentes Extintores      Agente extintor é todo material que, aplicado ao fogo, interfere na sua química, provocando uma descontinuidade em um ou mais lados do triângulo do fogo, alterando as condições para que haja fogo.
         Os agentes extintores podem ser encontrados nos estados sólidos, líquidos ou gasosos. Existe uma variedade muito grande de agentes extintores. Os agentes mais empregados na extinção de incêndios e que possivelmente teremos que utilizar em caso de incêndios são: água, espuma(química e mecânica), gás carbônico e pó químico seco, agentes alogenados (Halon), agentes improvisados como areia, cobertor, tampa de vasilhame, etc, que normalmente extinguem o incêndio por abafamento, ou seja, retiram todo o oxigênio a ser consumido pelo fogo.
         Os aparelhos extintores são os vasilhames fabricados com dispositivo que possibilitam a aplicação do agente extintor sobre os focos de incêndio. Normalmente os aparelhos extintores recebem o nome do agente extintor que neles contém. Os aparelhos extintores destinam-se ao combate imediato de pequenos focos de incêndio, pois, acondicionam pequenos volumes de agentes extintores para manterem a condição de fácil transporte. São de grande utilidade, pois podem combater a maioria dos incêndios, cujo princípios são pequenos focos, desde que, manejados adequadamente e no momento certo.
         Todas as instituições, mesmo dotadas de chuveiros automáticos, devem possuir extintores portáteis., a fim de combater o fogo em seu início.
         O êxito no emprego dos extintores depende dos seguintes fatores:
    a)   de uma distribuição adequada destes extintores pela área a ser protegida;
    b)  de manutenção adequada e eficiente;
    c)  de pessoal habilitado a manejar aparelhos na extinção de incêndio.
         Os extintores podem ser portáteis ou sobre rodas (carretas).
         Só devem ser utilizados extintores de incêndio que obedeçam às normas brasileiras ou regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normatização e Qualidade Industrial - INMETRO.
         Cada extintor deve ser inspecionado visualmente a cada mês, examinando-se o aspecto externo, lacres, manômetros quando for do tipo pressurizado e verificando se o bico e as válvulas de alívio não estão entupidos.
         Devem possuir uma etiqueta de identificação presa ao seu corpo, com data em que foi carregado, data para recarga e n0 de identificação. Esta etiqueta deve ser protegida a fim de evitar que seus dados se danifiquem.
         Os cilindros dos extintores de pressão injetada devem ser pesados semestralmente. Se a perda de peso for além de 10% do peso original, deverá ser providenciada a sua recarga.
         O extintor de espuma deve ser recarregado anualmente.






  • Quantidade e localização dos extintores Independentemente da área ocupada, a unidade deve possuir no mínimo dois extintores para cada pavimento. Abaixo a tabela apresenta as condições estabelecidas para uma unidade extintora:



    Área coberta por unidade extintora Risco de fogo Distância máxima a ser percorrida
    500 m2 Pequeno 20 metros
    250 m2 Médio 10 metros
    150 m2 Grande 10 metros




  • Os extintores devem ser colocados em locais de fácil visualização, de fácil acesso e onde haja menos probabilidade do fogo bloquear o seu acesso.
    Os locais destinados aos extintores devem ser assinalados por um círculo vermelho ou por uma seta larga, vermelha com bordas amarelas. O local no piso onde está localizado o extintor deve ser pintado de vermelho, não podendo ser obstruído de forma nenhuma. Esta área deve ter no mínimo 1,0 metro x 1,0 metro.
    Não devem ter sua parte superior a mais de 1,60 metros acima do piso e nem podem estar localizados nas paredes de escadas.
    Iremos lhe fornecer informações de como utilizar corretamente os extintores de incêndio e em quais "tipos" de incêndio determinado extintor poderá ser utilizado.



  • Onde usar os agentes extintores




  • Classes de Incêndio
    Agentes Extintores
    Água Espuma Pó Químico Gás Carbônico (CO2)
    A
    Madeira, papel, tecidos etc.
    Sim Sim Sim* Sim*
    B
    Gasolina, álcool, ceras, tintas etc.
    Não Sim Sim Sim
    C
    Equipamentos e Instalações elétricas energizadas.
    Não Não Sim Sim
    D
    Elementos pirofosfóricos.
    Não Não Sim Não
    * Com restrição, pois há risco de reignição. (se possível utilizar outro agente)




  • Extintor de Água (H2O)





  • A água é o agente extintor de uso mais comum e é um extintor muito usado por ser encontrado em abundância. Age por resfriamento, quando aplicada sob a forma de jato sólido, neblina nos incêndios de Classe A ou vapor, é difícil extinguir o fogo em líquidos inflamáveis com água por ser ela mais pesada que eles. É boa condutora de energia elétrica, o que a torna extremamente perigosa nos incêndios de Classe C.
    Tem capacidade variável entre 10 e 18 litros.
    Métodos de Uso
    -  Resfriamento - Incêndios que envolvam líquidos em chamas, somente poderão ser extintos pelo método do resfriamento. Ex: Absorve a temperatura do fogo, o que irá promover a extinção total do incêndio.
    -  Abafamento - Quando o vapor é gerado em volume suficiente, o ar poderá ser deslocado e o fogo poderá ser extinto.
    -  Diluição e emulsionamento - O fogo em materiais inflamáveis, que são solúveis em água, poderá ser extinto por este processo que, no entanto, é pouco utilizado.
    Nunca deve ser empregada em:
    -  Fogos de classe B, salvo quando pulverizada sob a forma de neblina;
    -  Fogos da classe C, salvo quando se tratar de água pulverizada;
    -  Fogos da classe D.

       Como usar o aparelho extintor de água pressurizada





    -  Retirar o pino de segurança.
    -  Empunhar a mangueira e apertar o gatilho, dirigindo o jato para a base do fogo. - Só usar em madeira, papel, fibras, plásticos e similares.
    -   Não usar em equipamentos elétricos.


    Água pressuriável (água/gás)


    -  Abrir a válvula do cilindro de gás.
    -  Atacar o fogo, dirigindo o jato para a base das chamas.
    -  Só usar em madeira, papel, fibras, plásticos e similares.
    -  Não usar em equipamentos elétricos.








  • Extintor de Espuma (ES) 




  • Existem dois tipos: química e mecânica.
         A espuma química (formada por bolhas e CO2)é produzida juntando-se soluções aquosas de sulfato de alumínio e bicarbonato de sódio (com alcaçuz, como estabilizador). Sua razão média de expansão é de 1:10.
         A espuma mecânica (formada por bolhas de ar) é produzida pelo batimento mecânico de água com extrato proteínico, uma espécie de sabão líquido concentrado. Sua razão de expansão é de 1:6. A espuma mecânica de alta expansão chega a 1:1000. A espuma mecânica é um agente extintor empregado no combate a incêndio da classe "B" (líquidos inflamáveis). A espuma mecânica deve ser aplicada contra um anteparo, para que possa ir cobrindo lentamente a superfície da área incendiada.
         Tanto a espuma química como a mecânica têm dupla ação. Agem por resfriamento, devido a água e por abafamento, devido a própria espuma. Portanto, são úteis nos incêndios de Classe A e B.
         A espuma é condutora de eletricidade. Portanto, jatos plenos de espuma não devem ser aplicados em incêndios de equipamentos elétricos energizados, ou seja em incêndios de Classe C, porque contêm água.; também não é considerada agente adequado para incêndios que envolvam gases de petróleo.







  • Como usar o aparelho extintor de espuma







  • -   Inverter o aparelho o jato disparará automaticamente, e só cessará quando a carga estiver esgotada.
    -   Não usar em equipamentos elétricos.











  • Extintor de Gás (CO2) Gás insípido, inodoro, incolor, inerte e não condutor de eletricidade.
    Pesa cerca de 1,5 vezes mais do que o ar atmosférico e é armazenado, sob a pressão de 850 libras, em tubos de aço. As unidades de tipo maior de 60 a 150 Kg devem ser montadas sobre rodas.
    É o agente extintor mais indicado para dar combate a incêndio em equipamentos elétricos energizados. Sendo um gás inerte, não é inflamável, nem bom condutor de eletricidade. É eficiente também nos incêndios de Classes B. Não dá bons resultados nos de Classe A.
    O gás carbônico, como agente extintor, tem, poucas restrições, não devendo ser utilizado sobre superfícies quentes e brasas, materiais contendo oxigênio e metais pirofosfóricos.
    Quando aplicado sobre os incêndios, age por abafamento, suprimindo e isolando o oxigênio do ar.

    Observações:
    -  Asfixia - Embora o CO2 não seja tóxico, poderá causar desmaios e até morte por asfixia mecânica, quando estiver presente em ambientes confinados para extinção de incêndios.
    -  Reinício de incêndios - Incêndios, aparentemente extintos com uso de gás carbônico, podem reiniciar-se caso permaneçam brasas vivas ou superfícies metálicas aquecidas.
    -  Substâncias químicas - O gás carbônico também não é eficaz como agente extintor de incêndios envolvendo substâncias químicas que contêm oxigênio.
    -  Metais pirofosfóricos - Incêndios pirofosfóricos, tais como sódio, potássio, magnésio, titânio, zircônio e incêndios que envolvam hidratos de metais, não podem ser extintos com gás carbônico. Estas substâncias decompõem o CO2.







  • Como usar o aparelho extintor de gás





  • -  Remover o pino de segurança quebrando o lacre.
    -   Segurar o difusor com a mão direita e comprimir o gatilho da válvula com a mão esquerda.
    -   Acionar a válvula dirigindo o jato para a base do fogo.
    -   Pode ser usado em qualquer tipo de incêndio.





  • Extintor de Pó Químico Seco (Pó)     




  •  O pó químico comum é fabricado com 95% de bicarbonato de sódio, micropulverizado e 5% de estearato de potássio, de magnésio e outros, para melhorar sua fluidez e torná-lo repelente à umidade e ao empedramento.
         Age por abafamento e, segundo teorias mais modernas, age por interrupção da reação em cadeia de combustão, motivo pelo qual é o agente mais eficiente para incêndios de Classe B.
         Os produtos químicos secos são agentes extintores indicados para dar combate eficiente a incêndios que envolvam líquidos inflamáveis. Podem ser utilizados naqueles ocorridos em equipamentos elétricos energizados (fogo de Classe C), pois são maus condutores de eletricidade. Contudo, deve-se evitá-lo em equipamentos eletrônicos onde, aliás, o CO2 é mais indicado. Não dá bons resultados nos incêndios de Classe A.
    O efeito do agente químico seco não é prolongado, caso exista no local fonte de reignição, como, por exemplo, superfícies metálicas aquecidas, o incêndio poderá ser reativado.
    Não deve ser usado em painéis de relés e contatos elétricos, como centrais telefônicas, computadores, etc.







  • Como usar o aparelho extintor de pó químico seco





  • -  Retirar o pino de segurança.
    -  Empunhar a pistola difusora.
    -  Atacar o fogo acionando o gatilho.
    -  Pode ser usado em qualquer tipo de incêndio.
      *Utilizar o pó químico em materiais eletrônicos, somente em último caso.

                                    Como usar o aparelho extintor de pó químico seco com cilindro de gás
      
    -   Abrir a ampola de gás.
    -  Apertar o gatilho e dirigir a nuvem de pó à base do fogo.
    -  Pode ser usado em qualquer tipo de incêndio.
    *Utilizar o pó químico em materiais eletrônicos,
     somente em último caso.





  • Resumo das Propriedades dos Agentes Extintores


    Ação Primária Secundária
    Água Resfria Abafa
    Espuma Abafa Resfria
    Pó Químico Catálise Negativa Abafa





  • Hidrantes






  • Os hidrantes normalmente estão localizados perto ou nos corredores e escadas de emergências e são chamados vulgarmente de "caixas de incêndio" por estarem nas paredes, dentro de caixas vermelhas sinalizadas.
    Abaixo apresentamos uma seqüência de informações de como utilizar os hidrantes de parede:

     Abra a "caixa de incêndio".










    Segure o "bico" (esguicho) da mangueira retirando-o da "caixa de incêndio".
     Abra então o registro.










    Após esticar bem a mangueira, dirija o jato de água para a base do fogo.






  • Preste atenção:




  • Nunca dirija o jato d'água para a rede elétrica se a mesma ainda estiver ligada.




  • Mas lembre-se:






  • Prevenir incêndios Prevenir incêndios é tão importante quanto saber apagá-los ou mesmo saber como agir corretamente no momento em que eles ocorrem.

      Referências Bibliográficas
    Instruções básicas de combate a incêndio http://www.administer.com.br/po.htm
    BRASIL. Portaria nº 3.214 de 08 de junho de 1978 Aprova as normas regulamentadoras que consolidam as leis do trabalho, relativas à segurança e medicina do trabalho. NR - 23. Proteção contra Incêndios. In: SEGURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO. 29. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 489 p. (Manuais de legislação, 16).


    Fonte:
    http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/lab_virtual/fogo.html

    quinta-feira, 17 de junho de 2010

    Microbiologia

    1.Bactérias

    As bactérias são organismos procariontes, isto é, não possuem núcleo organizado, com o material genético disperso no hialoplasma, não apresentando também organelas com sistemas de membranas, como mitocôndrias, cloroplastos e retículo endoplasmático.
    São unicelulares e podem ser encontradas isoladas ou em colônias. Para o estudo das bactérias é necessária a utilização de um microscópio, pelo fato de serem de tamanho extremamente reduzido.
    Estes organismos podem ser encontrados em diferentes tipos de ambientes como no mar, nos rios, lagos, fontes termais, matéria em decomposição, no solo, em nossa saliva, no intestino, no leite, contaminando alimentos e em interações ecológicas de mutualismo, comensalismo, antibiose e parasitismo.

    O Esquema da Organização de uma Bactéria

    Formas das bactérias:
    Arredondadas: Cocos
    Alongadas/em forma de bastonetes: Bacilos
    Onduladas/em forma de espiral: Espiroquetas
    Em forma de vírgula: Vibrião

    Classificação:
    Corante de Gram:
    Assim designada em memória de Christian Gram, que desenvolveu o procedimento em 1884, a coloração de Gram classifica as bactérias em Gram-positivas ou Gram-negativas e continua a ser um dos métodos mais úteis para classificar as bactérias.
    Neste procedimento, as bactérias são submetidas primeiro à ação de um corante violeta, seguido de fixação com iodo e depois um agente de descoloração, como o metanol. Seguidamente, são novamente coradas com safranina.
    As bactérias Gram-positivas fixam o primeiro corante, devido à maior espessura da parede celular, e ficam coradas de azul ou violeta, enquanto que as bactérias Gram-negativas, após a descoloração pelo metanol, são coradas pela safranina e ficam vermelhas. As bactérias que retêm a coloração violeta são designadas por Gram-positivas.
    As bactérias que perdem a coloração violeta depois de descoloradas, mas que adquirem um corante de contraste (ficando com um tom cor-de-rosa) são Gram-negativas. Esta distinção de manchas é um reflexo das suas diferenças no que diz respeito à composição básica das suas paredes celulares.
    São exemplos de bactérias Gram-positivas várias espécies de:
    - Estreptococos;
    - Estafilococos;
    - Enterococos.

    São exemplos de bactérias Gram-negativas:
    - Vibrão Colérico; - Colibacilo; - Salmonelas.

    Entre a grande variedade de doenças provocadas por cocos salientam-se:
    - Pneumonia nosocomial (adquirida em meio hospitalar);
    - Pneumonia adquirida na comunidade;
    - Infecções da pele e tecidos moles.

    Estreptococos
    Estas bactérias Gram-positivas crescem em cadeias, de comprimento variável, e são responsáveis por muitas infecções distintas. Embora classificadas como aeróbias, a maioria são anaeróbias facultativas (capazes de crescer num leque alargado de concentração de oxigênio), enquanto que poucas são anaeróbias obrigatórias.
    As infecções causadas por Estreptococos:
    - Meningite bacteriana
    - Pneumonia (adquirida na comunidade ou nosocomial)
    - Otite média: o Streptococcus pneumoniae é responsável por 20% a 50% dos casos
    - Sinusite
    - Bronquite
    - Menos freqüentemente, endocardite (menos de 3% dos casos são causados por S. pneumoniae)
    - Também menos freqüentemente, peritonite, artrite séptica, infecções pélvicas e infecções de tecidos moles. Os pneumococos podem causar estas infecções sobretudo em doentes com doenças subjacentes.

    Estafilococos
    Estas bactérias estão entre as bactérias mais resistentes que não formam esporos e podem sobreviver em muitas situações não fisiológicas. Normalmente, colonizam a pele e encontram-se nas narinas e na pele de 20% a 30% dos adultos saudáveis.
    Podem também encontrar-se (embora menos freqüentemente) na boca, glândulas mamárias e tratos genito-urinário, intestinal e respiratório superior.
    As infecções por estafilococos são freqüentemente supurativas (com produção de pus) e têm sido implicadas em muitos tipos diferentes de infecções, incluindo pneumonia, meningite, osteomielite e infecções da pele e tecidos moles.

    Enterococos
    Estes cocos, antes classificados como estreptococos do Grupo D, ocorrem em cocos individuais, aos pares e em cadeias curtas.
    São anaeróbios facultativos, que podem crescer em condições extremas e numa grande variedade de meios, incluindo solo, alimentos, água e em muitos animais. O seu principal habitat natural parece ser o tubo digestivo dos animais, incluindo o do homem, onde representam uma porção significativa da flora normal. Podem também encontrar-se, em menor número, nas secreções orofaríngeas e vaginais.
    Por viver mais tempo na água do mar do que os coliformes, o enterococos é considerado pela Agência de Proteção ao Meio Ambiente dos Estados Unidos um indicador mais preciso de doenças transmitidas pelo contato com a água.
    As infecções por enterococos ocorrem em doentes internados, freqüentemente após cirurgia ou instrumentação (por exemplo, algaliação). Os enterococos podem causar superinfecções em doentes internados, sob terapêutica antibiótica.
    A superinfecção pode ocorrer quando os antibióticos alteram o equilíbrio bacteriano no organismo, permitindo o crescimento dos agentes oportunistas, como o enterococos. A superinfecção pode ser muito difícil de tratar, porque é necessário optar por antibióticos eficazes contra todos os agentes que podem causá-la.
    As infecções por enterococos incluem:
    - Infecções urinárias - Infecções de queimaduras e feridas cirúrgicas
    - Bacteremia - Endocardite
    - Infecções intra-abdominais e pélvicas (estas infecções são habitualmente mistas, causadas por enterococos e outros agentes patogênicos)
    - Infecções de feridas e dos tecidos moles
    - Sépsis neonatal - Meningite (raro).
    As bactérias possuem grande importância ecológica, elas fixam o nitrogênio da atmosfera na forma de nitratos, e as bactérias desnitrificantes que devolvem o nitrogênio dos nitratos e da amônia para a atmosfera. As bactérias também são úteis para o homem, como na indústria de laticínios e na indústria farmacêutica que utiliza bactérias para fabricar antibióticos específicos.
    De outra maneira as bactérias podem causar grandes prejuízos econômicos, como é o caso do amarelinho (Xylella fastidiosa), que ataca a lavoura da laranja. Mas talvez a maior importância das bactérias seja o fato delas serem parasitas humanos, levando a infecções muito graves. Assim temos o gênero Clostridium que além de esporulado é aneróbio e um potente produtor de toxinas muito prejudiciais ao homem. Seus esporos podem estar presentes em alimentos e resistir a processos de descontaminação podendo causar graves intoxicações como o botulismo (agente Clostridium botulinum), em função da ação neurotóxica de suas toxinas.
    Geralmente estão associados a intoxicações por ingestão de palmitos contaminados e podem levar a óbito. É desse grupo também o produtor da toxina tetânica, que provoca o tétano (Clostridium tetani). O esporo contamina o ferimento profundo que ao fechar gera uma atmosfera com baixa tensão de oxigênio, levando a germinação, produção de toxina, e, finalmente a tetania. A Escherichia coli é um importante componente da nossa microbiota intestinal, no entanto, fora do intestino pode causar importantes e graves infecções, principalmente nas vias urinárias.
    Abaixo algumas das bactérias mais nocivas ao homem, e as doenças associadas a cada uma dela:
    Streptococcus pneumoniae - causa septicemia, infecção no ouvido médio, pneumonia e meningite.
    Haemophilus influenzae - causa pneumonia, infecção do ouvido e meningite principalmente em crianças.
    Shigella dysenteria - causa disenteria (diarréia sangrenta). Linhagens resistentes podem levar a epidemias e algumas podem ser tratadas apenas com medicamentos muito caros (fluoroquinolonas).
    Neisseria gonorrhoeae - causa gonorréia, a resistência às drogas limita o seu tratamento principalmente à cefalosporina.
    Pseudomonas aeruginosa - causa septicemia e pneumonia, principalmente em pessoas com fibrose cística ou com o sistema imune comprometido. Algumas linhagens super resistentes não podem ser tratadas com drogas.
    Enterococcus faecalis - causa septicemia e infecção do trato urinário, e infecção das vias respiratórias nos pacientes com o sistema imune comprometido. Algumas linhagens ultra resistentes não podem ser tratadas com drogas.
    Escherichia coli - causa infecção do trato urinário, infecção do sangue, diarréia e falência dos rins. Algumas linhagens são ultra resistentes.
    Acinetobacter - causa septicemia em pacientes com o sistema imune comprometido.
    Mycobacterium tuberculosis - causa tuberculose. Algumas linhagens ultra resistentes não podem ser tratadas com drogas.
    Staphylococcus aureus - causa septicemia, infecção nas vias respiratórias e pneumonia. Algumas linhagens tem se mostrado muito resistentes a vários antibióticos.

    2.Fungos – características gerais
    Durante muito tempo, os fungos foram considerados como vegetais e, somente a partir de 1969, passaram a ser classificados em um reino à parte.
    Os fungos apresentam um conjunto de características próprias que permitem sua diferenciação das plantas: não sintetizam clorofila, não tem celulose na sue parede celular, exceto alguns fungos aquáticos e não armazenam amido como substância de reserva.
    A presença de substâncias quitinosas na parede da maior parte das espécies fúngicas e a sua capacidade de depositar glicogênio os assemelham às células animais.
    Os fungos são seres vivos eucarióticos, com um só núcleo, como as leveduras, ou multinucleados, como se observa entre os fungos filamentosos ou bolores.
    Seu citoplasma contém mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso.
    São heterotróficos e nutrem-se de matéria orgânica morta - fungos saprofíticos, ou viva - fungos parasitários.
    Suas células possuem vida independente e não se reúnem para formar tecidos verdadeiros.
    Os componentes principais da parede celular são hexoses e hexoaminas, que formam mananas, ducanas e galactanas. Alguns fungos têm parede rica em quitina (N-acetil glicosamina), outros possuem complexos polissacarídios e proteínas, com predominância de cisteína.
    Os fungos são ubíquos, encontrando-se no solo, na água, nos vegetais, em animais, no homem e em detritos, em geral. O vento age como importante veiculo de dispersão de seus propágulos e fragmentos de hifa.
    ESTRUTURA DOS FUNGOS
    Os fungos podem se desenvolver em meios de cultivo especiais formando colônias de dois tipos:
    - leveduriformes; - filamentosas.

    METABOLISMO
    ` Os fungos são microrganismos heterotróficos e, em sue maioria, aeróbios obrigatórios. No entanto, certas leveduras fermentadoras, aeróbias facultativas, se desenvolvem em ambientes com pouco oxigênio ou mesmo na ausência deste elemento.
    Os fungos podem germinar, ainda que lentamente, em atmosfera de reduzida quantidade de oxigênio. O crescimento vegetativo e a reprodução assexuada ocorrem nessas condições, enquanto a reprodução sexuada se efetua apenas em atmosfera rica em oxigênio.
    Algumas leveduras, como o Saccharomyces cerevisiae fazem o processo de fermentação alcoó1ica de grande importancia industrial, na fabricação de bebidas e na panificação.
    Os fungos produzem enzimas como lipases, invertases, lactases, proteinases, amilases etc., que hidrolisam o substrato tornando-o assimilável através de mecanismos de transporte ativo e passivo. Alguns substratos podem induzir a formação de enzimas degradativas; há fungos que hidrolisam substâncias orgânicas, como quitina, osso, couro, inclusive materiais plásticos.
    Os fungos, como todos os seres vivos, necessitam de água para o seu desenvolvimento. Alguns são halofílicos, crescendo em ambiente com elevada concentração de sal.

    A temperatura de crescimento abrange uma larga faixa, havendo espécies psicrôfilas, mesófilas e termófilas. Os fungos de importância médica, em geral, são mesófilos, apresentando temperatura ótima, entre 20° e 30°C.
    Ainda que o pH mais favorável ao desenvolvimento dos fungos esteja entre 5, 6 e 7, a maioria dos fungos tolera amplas variações de pH. Os fungos filamentosos podem crescer na faixa entre 1,5 e 11, mas as leveduras não toleram pH alcalino. Muitas vezes, a pigmentação dos fungos está relacionada com o pH do substrato. Os meios com pH entre 5 e 6, com elevadas concentrações de açúcar, alta pressão osmótica, taiss como geléias, favorecem o desenvolvimento dos fungos nas porções em contato com o ar.
    O crescimento dos fungos é mais lento que o das bactérias e suas culturas precisam, em média, de 7 a 15 dias, ou mais de incubação. Com a finalidade de evitar o desenvolvimento bacteriano, que pode inibir ou se sobrepor ao do fungo, é necessário incorporar aos meios de cultura, antibacterianos de largo espectro, como o cloranfenicol. Também pode-se acrescentar cicloheximida para diminuir o crescimento de fungos saprófitas contaminantes, de cultivos de fungos patogênicos.
    Muitas espécies fúngicas exigem luz para seu desenvolvimento; outras são por ela inibidos e outras ainda mostram-se indiferentes a este agente. Em geral, a luz solar direta, devido à radiação ultravioleta, é elemento fungicida.
    Por diferentes processos, os fungos podem elaborar vários metabó1itos, como antibióticos, dos quais a penicilina é o mais conhecido e micotoxinas, como aflatoxinas, que Ihes conferem vantagens seletivas.

    3. Vírus

    Estrutura básica de um Vírus
    Os vírus são seres diminutos, medindo cerca de 0,1µm de diâmetro, com dimensões apenas observáveis ao microscópio eletrônico. Basicamente são constituídos por ácido nucléico que pode ser o DNA ou o RNA, envolvido por um invólucro protéico denominado capsídeo, que além de proteger o material genético, combina-se quimicamente com receptores membranares das células parasitadas.
    Esses seres são acelulares, não possuindo orgânulos que desenpenham a complexa síntese bioquímica. Somente exprimem atividades vitais: reprodução e propagação, no interior de uma células hospedeira. Portanto são considerados parasitas intracelulares obrigatórios.
    Quando a relação parasitária se estabelece, o material genético virótico assume o comando da célula, voltando quase que exclusivamente o metabolismo para originar centenas de novos vírus em questão de minutos.
    Alguns são classificados como envelopados, possuindo um envelope lipoprotéico procedentes da membrana da célula hospedeira. Nessa classificação enquadra-se com destaque o vírus da Imunodeficiência Humana -HIV.

    Propagação dos vírus com lise da célula hospedeira.

    Geralmente o termo vírus faz referência ao processo de instalação / infecção em organismos eucariontes (que possuem material genético envolvido por membrana nuclear) enquanto o termo bacteriófago, é designado aos vírus que se instalam em procariotos (organismos que não possuem membrana nuclear envolvendo o material genético da célula: bactérias).
    Atualmente foram identificadas aproximadamente 3.600 espécies, que podem infectar bactérias, plantas e animais, bem como se instalar e causar doenças no homem. Cada doença com particularidades quanto ao modo de transmissão, características da infecção e medidas profiláticas.
    As doenças viróticas que mais acometem o organismo humano são as seguintes: Gripe, Catapora ou Varicela, Caxumba, Dengue, Febre Amarela, Hepatite, Rubéola, Sarampo, Varíola, Herpes simples e Raiva.
    Fora de uma célula viva, os vírus não tem nenhuma atividade. São inertes e podem até cristalizar-se, como os minerais. Eles não tem organização celular. Eles se reproduzem no interior de uma célula viva e sofrem mutações. Já houve muita discussão a respeito - os vírus são seres vivos ou não? Embora a maioria dos cientistas considerem os vírus como seres vivos, estes não são enquadrados em nenhum dos cinco grandes reinos.
    O vírus bacteriófago infecta bactérias. Para se reproduzir, o bacteriófago fixa-se na superfície da bactéria hospedeira através da cauda, perfura a membrana celular e injeta todo o material genético
    Em outros casos, como o que ocorre com o vírus da gripe, ele penetram inteiros no interior da célula hospedeira, onde se reproduzem. Em poucas horas, a célula hospedeira começa a liberar novos vírus, já formados. Neste caso, os vírus não arrebentam as células hospedeiras, mas muitas dessas células podem morrer devido à infecção.
    Das 1.739.600 espécies de seres vivos, os vírus representam 3.600 espécies.
    O primeiro vírus a ser descoberto foi o do "mosaico do tabaco", após os trabalhos de Dimitri Ivanovski e de Martinus Beijerinck.

    A defesa do organismo, o combate e as vacinas
    Quando as células são atacadas por vírus, o sistema de defesa do organismo parasitado passa a produzir substâncias especificas que combatem o vírus invasor. Essas substâncias são chamadas anticorpos. Isso ocorre porque os vírus são formados por proteínas diferentes das do organismo parasitado. Essas proteínas não são reconhecidas e o organismo combate-as.
    Não existem medicamentos para combater os vírus depois que eles passam a parasitar um organismo. Nesse caso, a pessoa deve se alimentar bem, repousar bastante e esperar que o organismo reaja e produza os anticorpos específicos para destruí-los. É o caso, por exemplo, da gripe. Não existem remédios para essa doença. O que há são medicamentos para aliviar os sintomas desconfortáveis que ela provoca, como dores de cabeça e no corpo, febre, etc. Também não há vacina contra a gripe. O vírus que a causa sofre mutações rapidamente. Há muitos tipos mutantes de vírus da gripe e ainda não se conseguiu produzir uma vacina que possa combater todos esses tipos.
    Contra algumas doenças provocadas por vírus e também por bactérias, existem as vacinas.. As vacinas, portanto, são usadas para a prevenção de doenças. É importante notar que uma vacina não cura um organismo já parasitado por um vírus ou uma bactéria.
    As vacinas são produzidas a partir de microrganismos mortos ou atenuados, ou ainda por toxinas inativadas que eles produzem. Uma vez introduzidos num indivíduo, esses agentes não tem condições de provocar a doença, mas são capazes de estimular o organismo a produzir anticorpos. O indivíduo, então, fica imunizado contra a doença.
    A vacina Sabin, por exemplo, usada para prevenir a poliomielite ou paralisia infantil, é feita com vírus causador dessa enfermidade. Só que, ao contrário do vírus normal da doença, o vírus utilizado na vacina é atenuado e não tem condições de atacar o sistema nervoso da pessoa. Porém, como o organismo não diferencia um vírus do outro, ele passa a produzir os anticorpos necessários, imunizando o indivíduo vacinado contra todos os tipos de vírus da poliomielite.

    4. PROTOZOÁRIOS
    O Reino Protista agrupa organismos eucariontes, unicelulares, autótrofos e heterótrofos. Neste reino se colocam as algas inferiores: euglenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e crisófitas (diatomáceas), que são Protistas autótrofos (fotossintetizantes). Os protozoários são Protistas heterótrofos.
    Eles habitam a água e o solo. Este reino é constituído por cerca de 65.000 espécies conhecidas, das quais 50% são fósseis e o restante ainda vive hoje; destes, aproximadamente 25.000 são de vida livre, 10.000 espécies são parasitos dos mais variados animais e apenas cerca de 30 espécies atingem o homem (TORTORA, 2000).

    Ilustração de protozoários e euglena.
    Dependendo da sua atividade fisiológica, algumas espécies possuem fases bem definidas. Assim, temos:
    Trofozoíto: É a forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz, por diferentes processos.
    Cisto: É a forma de resistência ou inativa. O protozoário secreta uma parede resistente (parede cística) que o protegerá quando estiver em meio impróprio ou em fase de latência. Freqüentemente há divisão nuclear interna durante a formação do cisto.
    Gameta: É a forma sexuada, que aparece em algumas espécies. O gameta masculino é o microgameta, e o feminino é o macrogameta

    Doenças causadas por protozoários
    Muitos protozoários causam doenças nos seres humanos. Entre elas, estão a amebíase ou disenteria amebiana, a doença de Chagas, a úlcera de Bauru, a giardíase e a malária.
    O homem adquire a amebíase ou disenteria amebiana ao ingerir água ou alimentos contaminados por uma ameba, a Entamoeba histolytica. Esta ameba parasita principalmente o intestino grosso dos seres humanos, onde provoca ulcerações e se alimenta de glóbulos vermelhos do sangue. No intestino, essa ameba se reproduz assexuadamente por cissiparidade e, algumas delas, formam cistos, estruturas que possuem uma membrana resistente e que contêm alguns núcleos celulares. Eliminados com as fezes, os cistos podem contaminar a água e alimentos diversos, como as verduras. Se forem ingeridos, esses cistos se rompem no tubo digestivo, libertando novas amebas, que recomeçam um novo ciclo. As pessoas com amebíase eliminam fezes líquidas, às vezes com sangue e quase sempre acompanhadas de fortes dores abdominais. Para evitar essa doença é necessário ferver a água que se vai beber e lavar muito bem as verduras e frutas, além de cuidados higiênicos, como a lavagem de mãos, principalmente antes das refeições (www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_protistas.htm).
    A doença de Chagas é causada pelo tripanossomo (Trypanosoma cruzi), protozoário que vive no intestino de um percevejo sugador de sangue, conhecido popularmente como barbeiro. Esse percevejo vive em frestas de paredes, chiqueiros e paióis. À noite, saem de seus esconderijos e vão sugar o sangue das pessoas que dormem. Quando alguém é picado pelo percevejo pode contrair a doença da seguinte forma: durante a picada, o barbeiro infestado elimina fezes contendo o tripanossomo. Coçando o local da picada, a pessoa espalha as fezes do barbeiro e introduz o parasita em seu organismo, através do pequeno orifício feito pela picada. Uma vez na corrente sangüínea, o tripanossomo atinge o coração. Ali ele se fixa, podendo causar a morte da vítima. As principais medidas para evitar a doença de Chagas consistem em substituir moradias de barro e de madeira por outras de tijolos, que não tenham frestas onde o barbeiro possa se esconder; e exigir, em transfusões de sangue, a garantia de que o sangue doado não esteja contaminado com tripanossomos.

    Tripanossoma cruzy no sangue de um paciente infectado.

    Doença que ataca a pele e as mucosas dos lábios e do nariz produzindo muitas feridas, a úlcera de Bauru é provocada pela Leishmania brasiliensis, um protozoário parecido com o tripanossomo. Transmitida pela picada do mosquito flebótomo, a doença é conhecida com esse nome, porque foi muito comum na cidade de Bauru, em anos passados (www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_protistas.htm). Provocada pela giárdia (Giardia lamblia), flagelado que parasita o intestino humano, a doença geralmente causa fortes diarréias, podendo levar o doente à desidratação. É transmitida através de água e alimentos contaminados pelo protozoário. Evita-se essa doença com as mesmas medias utilizadas contra a amebíase (www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_protistas.htm).
    A malária é provocada por protozoários do gênero Plasmodium e é transmitida ao homem por meio da picada do mosquito, anófele, ao sugar-lhe o sangue para se alimentar. Durante a picada, o mosquito libera saliva, que contém o protozoário plasmódio. Então o parasita entra no sangue da pessoa e se instala em órgãos diversos, como o fígado e o baço, onde se multiplica. Após um certo período, os parasitas retornam ao sangue e penetram nos glóbulos vermelhos, onde voltam a se multiplicar. Os glóbulos parasitados se rompem liberando novos protozoários que passam a infectar outros glóbulos vermelhos. A malária provoca febre muito alta, que coincide com os períodos em que os parasitas arrebentam os glóbulos vermelhos, liberando toxinas na corrente sangüínea. Se não for combatida pode causar a morte do doente. A pulverização de córregos, lagoas e poças de água parada, com inseticida, é uma das maneiras de combater os mosquitos transmissores da malária. É na água que os mosquitos põem seus ovos para se reproduzirem (www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_protistas.htm).
    A toxoplasmose é uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. A transmissão se dá por contato com animais domésticos - principalmente gatos - ou por suas fezes. As fezes dos gatos podem conter cistos (formas resistentes) do parasita, que são disseminados por animais, como moscas e baratas. O homem adquire a doença quando ingere diretamente o cisto ou carne mal cozida que o contenha.Os sintomas da doença são, na maioria das vezes, muito semelhantes aos de várias outras doenças: mal-estar, febre, dores de cabeça e musculares, prostração e febre que pode durar semanas ou meses. Após alguns dias há também aumento dos gânglios linfáticos em todo o corpo. Normalmente, a doença evolui de forma benigna e desaparece sem deixar seqüelas no organismo. Às vezes, porém, pode causar lesões oculares, com perda parcial ou quase total da visão. Daí sua gravidade. Em mulheres grávidas, o protozoário pode atingir o feto, provocando-lhe cegueira, deficiência mental e até mesmo a morte (www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_protistas.htm).
    Trichomonas vaginalis é responsável pela doença chamada tricomoníase, é encontrado na vagina e no trato urinário masculino. Normalmente é transmitido pelo contato sexual, mas também pode ser transmitido em banheiros e por toalhas (www.portalbrasil.net/educacao_seresvivos_protistas.htm).

    Trichomonas vaginalis vista em mocroscópio eletrônico.


    Fontes:
    http://www.portalfarmacia.com.br
    http://www.portalbiologia.com.br
    http://www.brasilescola.com

    Césio 137: O brilho da morte





    O segundo maior acidente radioativo do mundo, em Goiânia, faz 20 anos

    por Lorena Verli

    Em 13 de setembro de 1987, dois catadores de lixo de Goiânia deram início ao que seria o segundo maior acidente radioativo do mundo, atrás apenas de Chernobyl, na Ucrânia. Ao arrombarem um aparelho radiológico, encontrado nos escombros de um antigo hospital, expuseram o césio 137, pó branco que emitia um estranho brilho azul quando colocado no escuro. Considerado sobrenatural, o elemento radioativo criado em laboratório passou de mão em mão, contaminando o solo, o ar e centenas de moradores da capital goiana.

    Foram necessários 16 dias para perceberem que a substância estava deixando um monte de pessoas doentes. Durante esse tempo, a contaminação só se espalhava. Após o desastre, os trabalhos de descontaminação produziram 13,4 toneladas de lixo radioativo entre roupas, utensílios, plantas, animais, restos de solo e materiais de construção. Tudo isso foi armazenado em cerca de 1200 caixas, 1900 tambores e 14 contêineres, guardados em um depósito construído na cidade de Abadia de Goiânia, a 24 quilômetros da capital – e lá deve ficar por pelo menos 180 anos.

    “O brilho da morte”, como o césio foi chamado por Devair Alves Ferreira, primeira pessoa a entrar em contato direto com o elemento, fez centenas de vítimas. Quatro morreram cerca de um mês após a exposição. Entre elas, uma criança de 6 anos, Leide das Neves, considerada a maior fonte humana radioativa do mundo. Atualmente, as vítimas reclamam do descaso do governo, afirmando que estão sem assistência médica e medicamentos. O governo nega a acusação e afirma que as vítimas usam o acidente para justificar todos os seus problemas de saúde. Em 1996, a Justiça condenou, por homicídio culposo, três sócios e um funcionário do hospital abandonado a três anos e dois meses de prisão. Mas as penas foram trocadas por prestação de serviços.

    Anel de césio

    A história de uma vítima

    “A única vez que vi o césio foi em 26 de setembro. Meu irmão me mostrou a pedra e perguntou se ela poderia ser usada para fazer um anel. Peguei um pedaço menor que um grão de arroz e esfreguei na palma da mão. Como era dia, não havia nenhum brilho. Ela mais parecia um pedaço de cimento. Oito dias depois, minhas mãos começaram a coçar e incharam. Sentia tonteiras e náuseas. Um dia, a polícia chegou a nossa rua e começou a isolar as pessoas no estádio Olímpico. Só aí descobri que aquela pedra era radioativa. Sabia o que era isso – o acidente de Chernobyl tinha acontecido um ano antes. A população entrou em pânico. Todos achavam que estava acontecendo o mesmo em Goiânia. Fui a última vítima a ser isolada. Vi meus irmãos entrarem no avião e serem enviados ao Rio de Janeiro para fazerem um tratamento intensivo. Quando saímos do hospital, as pessoas nos tratavam como se tivéssemos uma doença contagiosa. As vítimas do césio eram apedrejadas. Tive que mudar meus filhos de escola duas vezes. Hoje, mesmo que quisesse esquecer o que aconteceu, não me deixariam. Sempre tem alguém que me lembra de 20 anos atrás.”

    Odesson Alves Ferreira, 52 anos, presidente da Associação das Vítimas do Césio 137

    Longo trajeto da luz azul

    Em 1987, o césio 137 fez centenas de vítimas durante os 16 dias em que percorreu Goiânia

    13/9

    Os catadores de lixo Roberto dos Santos e Wagner Mota removem partes de um aparelho usado no tratamento de câncer das antigas dependências do Instituto Goiano de Radioterapia. O objetivo era vender o metal do equipamento para um ferro-velho. Arrombaram a máquina e deram início à contaminação.

    18/9

    Devair Alves Ferreira, dono de um ferro-velho perto do hospital desativado, compra a peça. No mesmo dia, ele arromba a máquina e entra em contato com 19,26 gramas de césio 137. Ele descobre que a substância, em ambientes escuros, emite uma luz azulada. Encantado, acredita estar diante de algo sobrenatural e leva o pó para casa.

    19 a 21/9

    Devair recebe a visita de parentes, vizinhos e amigos interessados em ver a misteriosa luz azul. Todos começam a apresentar tonturas, náuseas, vômitos e diarréia – os primeiros sintomas da contaminação radioativa. No dia 19, seu irmão Ivo leva a substância para casa e ela é ingerida por sua filha de 6 anos, Leide das Neves.

    26/9

    Odesson Ferreira, outro irmão de Devair, entra em contato com a substância. Motorista de ônibus, contamina centenas de passageiros. A frente de seu veículo foi considerada uma alta fonte de contanimação e destruída como lixo radioativo. Enquanto isso, os hospitais entram em alerta com o número de doentes que apresentam os mesmos sintomas.

    29/9

    Maria Gabriela, esposa de Devair, suspeita que o pó branco seja o responsável pelos sintomas e leva a cápsula de césio para a Vigilância Sanitária. O físico Walter Mendes é chamado e descobre tratar-se de uma substância radioativa. Ele chega a tempo de impedir que os bombeiros joguem a cápsula dentro do rio Meio Ponte, principal fonte de abastecimento da cidade.

    30/9

    Os técnicos da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) chegam a Goiânia e, junto com a polícia militar, começam os trabalhos de descontaminação. Centenas de pessoas que apresentam os sintomas do contato com o césio são colocadas de quarentena num estádio, o Olímpico, onde passam por uma triagem para identificar o grau de contaminação.

    A cápsula

    O pequeno objeto guardava 19,26 gramas de cloreto de césio – o césio 137.



    O que é césio-137?

    O césio-137 é um radioisótopo, ou seja, um isótopo radiativo do césio. Isótopos de um elemento químico são as variações de massa atômica que este elemento pode apresentar. Assim, os isótopos de um mesmo elemento têm o mesmo número atômico e diferentes números de massa.

    O número de massa é a soma dos prótons e nêutrons presentes no núcleo do átomo. Na maioria dos elementos o número de prótons e nêutrons é igual ou próximo, mas alguns isótopos possuem muito mais nêutrons do que prótons, e em virtude disto seus núcleos se tornam instáveis e emitem radiações. Por isto são chamados de isótopos radiativos ou radioisótopos.

    Descoberto em 1860, por Kirchhoff e Bunsen, o elemento químico césio tem número atômico 55 e seus isótopos mais relevantes são o 133 e o radiativo 137. Assim, o césio-137 é um radioisótopo do césio que tem em seu núcleo 55 prótons e 82 nêutrons.

    Sua meia-vida, o tempo necessário para que sua atividade radiativa caia pela metade, é de trinta anos e, conforme se desintegra pela emissão radiativa, forma Bário-137. Na natureza apresenta-se como um metal alcalino, mas pode ser obtido da fissão nuclear do urânio ou plutônio.

    Como em sua forma alcalino-metálica o césio se apresenta no estado líquido à temperatura ambiente, sua utilização era feita no formato de sais, como o cloreto de césio, muito parecido com o sal de cozinha, mas que no escuro emite o brilho cristalino azulado que fascinou e contaminou em Goiânia.


    http://historia.abril.com.br/fatos/cesio-137-brilho-morte-435543.shtml

    http://www.greenpeace.org.br/nuclear/cesio/flash_cesio.html

    http://www.mundovestibular.com.br/articles/4580/1/O-CESIO-137-E-O-ACIDENTE-NUCLEAR-EM-GOIANIA/Paacutegina1.html

    BIOSSEGURANÇA:


    Conceito - conjunto de medidas voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente, ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos.

    SEMMELWEIS, médico húngaro do séc. XlX, observou que havia maior índice de mortalidade de febre puerperal, entre as parturientes atendidas por médicos, do que as parturientes atendidas por parteiras.
    Isso se dava pelo fato de que os médicos saiam da sala de anatomia direta para a sala de parto sem antes lavarem as mãos, o que gerava a contaminação das mães.
    Ao ser estipulada a lavagem obrigatória das mãos, antes da entrada na sala de parto, Semmelweis observou uma queda acentuada da taxa de mortalidade nas parturientes.
    Nos anos 80 surge uma nova doença, a AIDS, que muda a concepção dos profissionais de saúde sobre a auto proteção e proteção comunitária, levando a maiores estudos e conscientização sobre os princípios básicos de biossegurança, obrigando os profissionais ao uso de barreiras de proteção e observância das noções básicas de higiene pessoal.
    Microrganismos são seres microscópicos, alguns com capacidade de provocar doenças em seres humanos, encontrados no ar, água, nas superfícies, no ambiente e dentro do nosso próprio organismo. Podem ser bactérias, fungos ou vírus.

    PRECAUÇÕES UNIVERSAIS:

    Conceito- são medidas adotadas universalmente, que visam a proteção da equipe de saúde do contato com líquido e secreções corporais contaminadas, incluindo as barreiras de contenção, equipamentos de proteção individual e segurança e higiene pessoal.

    BARREIRAS DE CONTENÇÃO E EQUIPAMENTOS DE SEGURANÇA;
    Uso de luvas
    - usar luvas de látex sempre que houver chance de contato com sangue, fluidos do corpo e dejetos; lavar instrumentais, roupas e superfícies de trabalho sempre usando luvas;não usar luvas fora do ambiente de trabalho, não abrir portas, não atender telefone usando luvas;nunca reutilizar luvas, descarta - las de forma segura.

    Avental (jaleco)
    - uso constante dentro do laboratório;
    - deve ser sempre de mangas longas;
    - o uso do avental é permitido somente na área de trabalho, nunca em refeitórios, ônibus ou locais fora da área de trabalho;
    - nunca devem ser colocados no armário onde são guardados objetos de uso pessoal;
    - devem ser descontaminados antes de serem lavados;
    - não devem ser misturados com outras peças de vestuário;
    - ao ser levado para lavar o avental deve estar dentro de um saco plástico;
    - devem ser lavados separadamente.

    Máscaras
    - devem ser descartáveis; de preferência impermeáveis; cobrir a maior área possível da face;
    - não sair com a máscara pendurada no pescoço.

    Gorro
    - deve cobrir totalmente os cabelos; de preferência descartáveis; se for de algodão devem ser observados os mesmos princípios adotados para o uso de aventais.



    Óculos de proteção
    - deverão ser utilizados em todos os procedimentos envolvendo a produção de aerossóis ( nuvens de água formada quando se está usando o alta rotação, polimento e aparelhos ultrassônicos ); usados quando houver a possibilidade de contato com sangue e/ou substâncias tóxicas ( medicamentos, desinfetantes, etc. );os óculos deverão ser lavados criteriosamente, com água e sabão.

    Rouparia
    - manipular a roupa com a mínima agitação possível (vestimenta, panos de campo, toalhas, etc.);
    - acondicioná-la em saco plástico, enviando-a para lavagem;
    - deixar a roupa de molho em água sanitária por 30 minutos antes de proceder à lavagem;
    - os sapatos usados para trabalhar não devem ser guardados junto com os demais.

    Toalhas
    - as toalhas para secagem das mãos devem ser de papel;
    - toalhas de tecido devem ser usadas exclusivamente para secagem de material.

    HIGIENE PESSOAL:
    As mãos dos profissionais de saúde constituem o principal veículo de transmissão de microrganismos. A higienização das mãos tem o objetivo de inativar a população microbiana presente. O uso de luvas NÃO substitui a lavagem das mãos.
    Lavagem das mãos
     antes e após o uso de luvas;
     antes e após o contato físico com o paciente;
     depois de manusear material infectante, mesmo quando tenham usado luvas;
     antes de comer, beber, manusear alimentos e fumar;
     depois de usar o toalete, coçar o nariz, cobrir a boca para espirrar, pentear o cabelo;
     mãos e antebraço devem ser lavados cuidadosamente;
     antes da distribuição de material esterilizado;
     após acidentes com material pérfuro-cortante;
     manter líquidos antissépticos para uso.
    Outros cuidados
     cabelos longos devem ser mantidos presos, acima do ombro,
     jóias, bijouterias, aliança e relógios devem ser removidos,
     unhas devem ser mantidas limpas e curtas,
     lavar bem qualquer área do corpo que entre, acidentalmente, em contato com sangue.

    ESTERILIZAÇÃO, DESINFECÇÃO, ASSEPSIA E LIMPEZA:

    Esterilização é o processo de destruição ou eliminação total de todos os microrganismos na forma vegetativa e esporulada, através de agentes físicos ou químicos.
    O mais antigo e mais conhecido agente esterilizante é o calor. O vapor e o calor são os meios clássicos de esterilização, tendo sido utilizado desde o princípio da história da transmissão de doenças. O calor seco é relativamente lento. Necessita de altas temperaturas para sua aplicação. Entretanto, o calor seco penetra em todos os materiais. Para esterilização por calor seco, utilizamos a estufa (forno de Pasteur ), sob uma temperatura de 160ºC - 170ºC por 75 minutos.
    A outra forma de esterilização é o calor úmido, através do vapor. Este processo é mais rápido, sendo necessário o tempo de 20 minutos a uma temperatura de 121º C, utilizando - se a autoclave.
    A esterilização química é utilizada para materiais que não suportam a altas temperaturas empregadas nos processos a vapor e calor seco. O principal produto químico usado é o glutaraldeído ( cidex ).
    Desinfecção é um processo de destruição de agentes infecciosos em forma vegetativa, potencialmente patogênica, existente em superfícies inertes. A desinfecção pode ocorrer com a aplicação de meios físicos ou químicos.
    Assepsia é o processo pelo qual se faz a descontaminação de estruturas vivas, antes de qualquer intervenção cirúrgica. A assepsia é feita nas mãos do profissional através da lavagem e uso de soluções antissépticas, e no paciente, na área que será operada.
    Limpeza é o procedimento antimicrobiano de remoção de sujidades e detritos para manter em estado de asseio os materiais e superfícies. Os materiais contaminados devem ser imersos em solução desinfetante antes de serem lavados. A operação de limpeza, propriamente dita, compreende escovação com água e sabão, fricção, esfregação, enxágüe e secagem.



    SOLUÇÕES DESINFETANTES:

    glutaraldeído 2% ( cidex, multG plus )
    - usado para materiais que não podem ser esterilizados pelo calor;
    - o material deve estar totalmente submerso e o frasco tampado;
    - a solução não substitui a limpeza prévia do material;
    - as soluções que já vêem prontas devem ser trocadas a cada 28 dias;
    - as soluções que têm de ser preparadas devem ser trocadas a cada 14 dias;
    - a desinfecção com glutaraldeído se faz em 30 minutos;
    - a esterilização com glutaraldeído se faz em 10 horas.
    hipoclorito de sódio ( água sanitária )
    - é um desinfetante universal, ativo contra todos os microrganismos;
    - usado para a desinfecção de superfícies;
    - usado na desinfecção do instrumental antes da lavagem;
    - não deve ser utilizada em artigos ou superfícies metálicas por causa de sua ação corrosiva.
    álcool etílico a 70%
    - indicado para superfícies onde não se pode usar o hipoclorito;
    - sua atividade depende da fricção sobre superfícies e artigos;
    -pode ser usado na desinfecção do material antes da lavagem;
    - ao ser usando como antisséptico deve estar misturado à glicerina para proteger as mãos do ressecamento;
    - o álcool iodado só pode ser usado como antisséptico se a pessoa não apresentar alergia a iodo.

    MANEJO DO LIXO HOSPITALAR

    Conceito - lixo hospitalar é todo material que entra em contato com tecidos e fluidos corporais ou fragmentos do corpo.